“O Projeto é o Rascunho do amanha”

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Reforma Protestante

A Reforma Protestante
 
   Durante os mil anos da Idade Média (do século V ao XV), a Igreja Católica, foi a instituição mais poderosa do mundo. A Igreja possuía uma estrutura hierárquica rígida e uma organização centralizada. Era a maior proprietária de terras na Europa e possuía muitas riquezas. Além disso, a Igreja monopolizava a educação e a cultura. Porém, apesar de exercer uma importante ação social, que incluía o cuidado com os pobres, órfãos e doentes, a instituição estava decadente: os membros do clero tinham amantes e filhos, vendiam relíquias falsificadas e trocavam o perdão dos pecados por pagamento em dinheiro. No decorrer do século XV, alguns humanistas apontavam deturpações cometidas pela Igreja e criticavam a corrupção reinante em sua alta hierarquia.
    A reforma protestante ocorreu a partir do século XVI e gerou uma ruptura na Igreja católica romana, dando origem às igrejas protestantes.
    Causas da Reforma:
   Desenvolvimento do comércio e da burguesia: a Igreja condenava a acumulação de riquezas e a livre empresa. Os burgueses desejavam uma Igreja que aprovasse a obtenção de lucros.
    Formação dos Estados Nacionais: muitos reis apoiavam a Reforma para livrar-se da intromissão do papa nos negócios de seus reinos.
   Renascimento: a releitura dos textos do Antigo e do Novo Testamento propiciou uma comparação entre os ensinamentos de Cristo e as doutrinas da Igreja Católica. A idéia de Santo Agostinho de salvação pela fé passou a ser defendida pelos humanistas.
    Crise na igreja católica: apegada aos bens materiais, a Igreja recorria a práticas abusivas, como a simonia (comércio de objetos religiosos), a venda de cargos eclesiásticos e a venda de indulgências (perdão dos pecados sob pagamento em espécie). 

    A Reforma de Martinho Lutero

    Cada país reagiu de uma maneira à Reforma: conforme sua situação social, cultural e política.
  Na Alemanha, o monge Martinho Lutero, influenciado pela obra de Santo Agostinho, construiu em 1517 uma doutrina própria. Publicou 95 teses atacando a venda de indulgências e expondo uma nova doutrina.   Rejeitou a hierarquia religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos. Manteve apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia. No caso da comunhão, porém, rejeita o conceito de que o pão e o vinho se transformavam no corpo e sangue de Cristo, mantendo-o apenas como um rito simbólico.
   Em 1520, Lutero já possuía muitos seguidores e o Papa Leão X o excomungou. Lutero queimou publicamente a bula de excomunhão. O imperador do Santo Império Romano-Germano (Alemanha), Carlos V, convocou Lutero para uma assembléia com os príncipes alemães, a fim de que se retratasse. Lutero recusou-se a comparecer, e o imperador condenou Lutero, que para fugir da prisão refugiou-se no castelo do príncipe Frederico de Saxe. Lá traduziu a Bíblia do latim para o alemão.
   Entusiasmado com as idéias luteranas, os camponeses iniciaram uma luta para libertar-se da servidão a que eram submetidos tanto nas terras da igreja católica quanto nas dos príncipes e senhores.
   Os poderosos senhores, leigos e eclesiásticos uniram-se para combater as rebeliões.
   Depois de muitos confrontos sangrentos, os exércitos dos senhores saíram vitoriosos e deixaram como saldo 100 mil camponeses mortos.
   Nesse clima de agitação, Lutero criou sua Igreja e colocou-se sob a direção dos príncipes, que aderiram à Reforma.
   Carlos V ligou-se às forças católicas e houve um longo conflito armado entre luteranos e católicos. Esse conflito prolongou-se até 1555, quando o imperador aceitou a existência das Igrejas luteranas, assinando com os protestantes a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião do seu principado. Reconhecia oficialmente a religião católica e luterana e determinava que as terras tomadas da igreja católica continuariam em poder dos príncipes.

A Reforma de Calvino

   O teólogo francês João Calvino (1509-1564), pregou a teoria da predestinação, segundo a qual a salvação resulta da vontade de Deus, que escolhe os que devem ser salvos. O Calvinismo afirmava que o eleito de Deus poderia ser identificado pelo sucesso material que alcançasse em vida, resultado de muito trabalho e vida regrada.
   Os ideais de Calvino ajustaram-se ao pensamento burguês, inclusive defendendo o empréstimo a juros condenado por católicos e luteranos.
    Na França, os calvinistas ficaram conhecidos por huguenotes, na Inglaterra como puritanos e na Escócia como presbiterianos.

A Reforma Anglicana

    Como o papa não autorizou seu divórcio de Catarina de Aragão, o rei Henrique VIII (1509-1547), da dinastia Tudor, determinou a extinção dos mosteiros e o confisco de seus bens. O parlamento inglês votou o Ato de Supremacia, que determinava os reis ingleses como chefes da Igreja.     Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana, que adotou princípios do calvinismo com elementos do catolicismo.
     O anglicanismo definiu-se na Inglaterra sob o governo de Elizabeth I.

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