10 mulheres aventureiras com histórias incríveis
Quando
nós pensamos em aventureiros e exploradores, é comum imaginar homens
sujos, misteriosos e de barba em busca de novas terras ou excitação. No
entanto, a história está repleta de mulheres que contrariaram a
tendência de ficar em casa e saíram em busca de aventuras.
Conheça
dez mulheres que viajaram o mundo e levaram uma vida aventurosa porque
queriam expandir seus horizontes, ganhar dinheiro, ou simplesmente
porque o tédio não era seu estilo:
1 – LADY HESTER STANHOPE, 1776-1839
Lady
Hester nasceu no coração de um estabelecimento inglês, filha do Conde
Stanhope Terceiro e sobrinha do futuro primeiro-ministro Pitt, o Jovem.
Lady
Hester manifestou seu lado aventureiro no início da vida, quando tentou
remar um pequeno barco para a França, que logo foi recapturado. Uma
senhora ativa e uma inteligente jovem, ela foi escolhida para atuar como
anfitriã do primeiro-ministro em eventos oficiais e, mais tarde, serviu
como sua secretária.
Após sua morte, ela foi premiada com uma
pensão substancial da nação pelo seu serviço. Foi esse dinheiro que lhe
deu a liberdade de viajar. Ela partiu para Atenas, onde Lord Byron a
recebeu, com um plano de enviá-la a Paris para espionar Napoleão.
Diplomatas
britânicos logo acabaram com isso e Lady Hester partiu para o Egito.
Quando seu navio lá chegou, ela passou a usar roupas masculinas, um
hábito que assumiu a partir desse momento. Mais tarde, Lady Hester
explorou o Oriente Médio. Ela se reuniu com o governante do Egito,
tratou bandidos, visitou locais bíblicos, e, com tanta hospitalidade
árabe, começou a acreditar-se uma rainha para os moradores.
Lady
Hester foi a primeira europeia a visitar várias cidades e foi recebida
calorosamente por seus governantes. Na cidade em ruínas de Palmira, Lady
Hester imaginava que tinha sido coroada rainha do deserto, e nunca
perdeu essa crença. Ela passou seus últimos anos em um palácio nas
montanhas do Líbano.
2 – ANNIE SMITH PECK, 1850-1935
Peck
alcançou sucesso acadêmico na casa dos vinte anos, conforme se graduou
em filologia e mostrou uma aptidão especial para o grego antigo. Isto a
levou a tornar-se uma das primeiras professoras da América do Norte.
Peck
passou um tempo estudando arqueologia na Grécia, a primeira mulher a
fazer isso. Ela parecia feliz com sua carreira acadêmica, no entanto,
quando tinha 44 anos, começou a praticar alpinismo na Europa,
tornando-se a terceira mulher a escalar o Matterhorn.
Retornando
para a América, ela passou um tempo escalando na América do Sul,
procurando especificamente a montanha mais alta do Novo Mundo. Peck
equivocadamente pensou que tinha a encontrado quando se tornou a
primeira pessoa a escalar o monte Huascarán. O pico mais tarde foi
renomeado em sua honra. Ela escreveu e dissertou longamente sobre suas
aventuras e continuou a escalar até a velhice. Em 1909, quando escalou o
Monte Coropuna no Peru, plantou uma bandeira no cume onde se lê “Votos
para mulheres”.
3 – GUDRIDUR
Gudridur (ou Guðríður) nasceu por volta de 980 d.C. na Islândia, e a sua história de vida vem de grandes sagas islandesas.
Ela
percorreu uma distância muito maior do que a maioria das pessoas da
época. Gudridur foi levada por seu pai para a colônia da Groenlândia
fundada por Erik, o Vermelho, e se casou com Thorstein, filho de Erik.
Junto
com seu marido, foi a oeste até um lugar chamado Vinland, agora
conhecido como América do Norte, para recuperar o corpo do irmão de
Thorstein. Infelizmente, esta expedição foi um fracasso e na viagem de
regresso, Thorstein morreu.
Na Groelândia, ela se casou
novamente. Com seu novo marido Thorfinnr, ela fez outra tentativa de
colonizar Vinland. Os dois anos que essa colônia no Novo Mundo durou
estão documentados na Saga da Groelândia.
Gudridur deu à luz ao
primeiro filho europeu no Novo Mundo, Snorri. A saga da Groelândia fala
de pessoas estranhas, que os colonos chamam de Skraelings, indígenas da
área. No início, os nórdicos negociaram com os Skraelings, mas depois
ocorreu uma luta que os nórdicos venceram.
Com medo de um ataque
maior, os nórdicos se retiraram para a Groelândia. Em algum ponto,
Gudridur se converteu ao cristianismo, juntamente com o resto dos
nórdicos. Quando seu marido morreu, Gudridur decidiu peregrinar a Roma,
onde conheceu o Papa e contou-lhe suas aventuras. Regressando à
Groelândia, ela se tornou uma freira e viveu o resto de sua vida como
uma eremita.
4 – HARRIET CHALMERS ADAMS, 1875-1937
Harriet
Adams herdou seu amor pela vida ao ar livre de seu pai que, sem filhos,
a levava para andar de cavalo e caminhar em montanhas.
Aos 14
anos, ela acompanhou seu pai em uma viagem de um ano a cavalo através da
fronteira mexicana. Quando se casou com Frank Adams, o casal decidiu
não viajar em lua de mel até que pudessem se dar ao luxo de viajar para
algum lugar excitante.
Frank, um engenheiro, aceitou um trabalho no México e os dois transformaram isso em uma lua de mel prolongada. Harriet visitou todas as ruínas dos Astecas e Maias, muitas só recentemente descobertas nas florestas.
Frank, um engenheiro, aceitou um trabalho no México e os dois transformaram isso em uma lua de mel prolongada. Harriet visitou todas as ruínas dos Astecas e Maias, muitas só recentemente descobertas nas florestas.
Harriet ficou encantada
com a América Latina e encorajou Franklin a assumir um cargo em uma
empresa de mineração, o que permitiria que eles viajassem pela América
do Sul. Querendo documentar suas viagens, Harriet aprendeu a tirar
fotografias. Suas fotos maravilhosas e sua capacidade de encantar o
público a tornou uma das exploradoras mais importantes de sua época.
Ela
escrevia muitos artigos para revistas e dava uma série de palestras.
Ela é mais conhecida por suas explorações na América do Sul, mas também
visitou a Ásia e, na eclosão da Primeira Guerra Mundial, tornou-se uma
correspondente de guerra. Como a Sociedade de Geografia não permitia que
mulheres fossem membros de pleno direito, ela ajudou a fundar e serviu
como primeira presidente da Sociedade de Geógrafas.
5 – FREYA STARK, 1893-1993
Em
seu obituário, Freya Stark foi chamada de “a última das viajantes
românticas”. Esta reputação tem cimentado sua posição como uma das
melhores escritoras de viagens em inglês, e revelado sua longa vida de
muita aventura.
Sua infância foi vivida na Itália, embora
confinada por doenças por longos períodos. Após um acidente onde seu
cabelo ficou preso em máquinas, ela precisou de meses de enxertos de
pele, que a mantiveram no hospital. Stark passou seu tempo lendo e
ensinando-se latim.
Sua vida de viajante começou no final de
1920. Seu segundo livro, Os Vales dos Assassinos, conta como Freya Stark
se tornou a primeira mulher europeia a entrar no Irã. Nas montanhas,
ela mapeou a área para os ocidentais pela primeira vez, e viu castelos
em ruínas dos Assassinos. Retornando desta aventura, ela publicou o
primeiro de quase trinta livros sobre viagens que ainda são lidos até
hoje.
Seu conhecimento do Oriente Médio e de línguas foi bem
utilizado no combate ao fascismo na Segunda Guerra Mundial. No Egito,
ela fundou um grupo pró-democracia para combater a propaganda fascista,
disseminada por agentes alemães. Após a guerra, ela continuou suas
viagens e escritos até o final de sua vida.
6 – NELLIE BLY, 1864-1922
Nellie Bly nasceu Elizabeth Cochran. Suas aventuras surgiram devido a seu trabalho para o jornal New York World.
O
primeiro artigo de Bly foi sobre um asilo de mulheres lunáticas.
Fingindo ser demente, Bly foi admitida e conviveu com pacientes
confinados numa ilha. A comida era rançosa e as enfermeiras brutais. O
artigo que ela escreveu foi um avanço no jornalismo investigativo e
levou a reforma de hospitais psiquiátricos.
Sua próxima aventura
foi uma das que lhe trouxeram fama mundial. Bly empreendeu-se em um
desafio de fazer uma viagem ao redor do mundo em um tempo mais rápido do
que os 80 dias de Phileas Fogg.
Ela saiu com um passaporte
especial assinado pelo Secretário de Estado em 14 de novembro de 1889.
Sua viagem começou com enjoo, mas terminou em triunfo. Na França, ela
conheceu Jules Verne, que achava que ela poderia gerenciar a viagem em
79 dias, mas nunca em 75, que era o que ela esperava. Através dos mares,
ela atravessou o Canal de Suez, visitou uma colônia de leprosos
chineses e comprou um macaco, conseguindo voltar a Nova York em um tempo
de 72 dias, 6 horas e 11 minutos.
7 – LOUISE BOYD, 1887-1972
Nascida na riqueza, Louise Boyd usou sua grande herança para explorar as regiões árticas que ela tanto amava.
Boyd seria a primeira mulher a chegar ao Polo Norte, no conforto relativo de um avião, em 1955. Viajando pela Europa depois da morte de seus pais em 1920, ela passou algum tempo em Spitsbergen, onde achou o gelo sedutor. Sua primeira exploração do Ártico foi em 1926, quando ela passou um tempo filmando e fotografando o ambiente.
Boyd seria a primeira mulher a chegar ao Polo Norte, no conforto relativo de um avião, em 1955. Viajando pela Europa depois da morte de seus pais em 1920, ela passou algum tempo em Spitsbergen, onde achou o gelo sedutor. Sua primeira exploração do Ártico foi em 1926, quando ela passou um tempo filmando e fotografando o ambiente.
Foi a sua caça de ursos
polares nessa viagem que lhe valeu a alcunha de “Diana do Ártico”. Sua
exploração mais famosa foi ajudar na caçada ao reconhecido explorador
Roald Amundsen, que tinha desaparecido. Seu avião cobriu mais de 16 mil
quilômetros na busca, mas Amundsen nunca foi encontrado.
Por seus
esforços, Boyd tornou-se a primeira mulher não norueguesa a ser
condecorada com a Cruz de Cavaleiro da Ordem de Santo Olavo pelo rei
Haakon VII. Ela voltou para os EUA e liderou cinco expedições a
Groelândia pelas quais foi homenageada pela Sociedade de Geografia. Uma
área da Groelândia foi nomeada terra de Louise Boyd em sua homenagem.
8 – KIRA SALAK, 1971 ATÉ HOJE
A Idade de Ouro da aventura para as mulheres pode parecer ter passado, mas ainda há um grande mundo lá fora para elas.
Kira
é uma escritora e aventureira profissional. Após graduar-se em
literatura e escrita de viagem, ela atravessou Papua Nova Guiné. Esta
experiência se transformou em seu livro “Four Corners” (Quatro Cantos).
Desde então, ela tem escrito numerosos artigos e visitado o Peru, Irã,
Butão, Mali, Líbia e Birmânia, entre outros lugares.
Talvez sua
exploração mais ousada tenha sido no Congo, no rastro de gorilas da
montanha. Salak foi contrabandeada para o país por ucranianos. Seu
artigo premiado sobre a viagem dá uma visão clara de um país com muitos
problemas humanos.
Na cidade de Bunia, Salak encontrou-se com
algumas das crianças-soldados das milícias locais. Não há nenhum charme
das aventureiras britânicas vitorianas em sua escrita. As viagens
chocantes de Salak revelam um mundo que nós, vivendo em uma era de
“aventuras” fáceis, não conhecemos.
9 – MARY KINGSLEY, 1862-1900
Mary
Kingsley nunca foi formalmente educada, mas ajudava seu pai viajante em
suas pesquisas. Seu pai a colocou para trabalhar fazendo anotações para
seu estudo comparativo de religião, e quando ele morreu, este foi
deixado inacabado.
Sem qualquer direção, mas com uma herança na
mão, Kingsley decidiu continuar o trabalho de seu pai, estudando as
religiões da África Ocidental. Quando ela pediu a especialistas noções
de onde ela deveria viajar, lhe aconselharam a não ir, mas se ela fosse,
que trouxesse de volta amostras biológicas.
Então, ela partiu
com uma pequena quantidade de bagagem, coletando amostras por onde
passava, e com um livro de frases úteis para tentar se comunicar.
Kingsley
fez duas viagens para a África Ocidental e as descreveu no livro
“Viagens na África”. Ela trouxe amostras de flora e fauna para a
Inglaterra, e três espécies de peixes foram nomeadas em sua honra.
Mas
a real importância de suas viagens foi em difundir uma visão um pouco
mais esclarecida da África do que a que existia na época. Segundo ela
contou, os nativos não eram selvagens esperando para serem trazidos para
os padrões europeus, mas tinham mentes independentes e culturas
próprias. Ela morreu na África do Sul de febre tifoide, enquanto tratava
os feridos na da Segunda Guerra dos Bôeres.
10 – GERTRUDE BELL, 1868-1926
Gertrude
Bell foi muitas coisas em sua vida, mas é mais lembrada hoje por seu
papel na formação da nação do Iraque após a Primeira Guerra Mundial.
Bell
tem muitas estreias ateadas ao seu nome: ela foi a primeira mulher a
receber um diploma de primeira classe em História pela Oxford e a
primeira mulher a escrever um artigo para o governo britânico. Ela
viajou ao redor do mundo duas vezes.
Uma vez, enquanto praticava alpinismo na Suíça, pegou uma nevasca e passou dois dias pendurada em uma corda.
A
verdadeira vocação de Bell veio quando ela viajou para Teerã para
visitar seu tio. No Oriente Médio, ela aprendeu sozinha as línguas
locais e estudou arqueologia. Muitos arqueólogos do Oriente Médio na
época também serviam como agentes de inteligência, como T.E. Lawrence,
que ela conheceu em uma escavação.
Em 1915, ela trabalhou com
Lawrence novamente no Cairo. O conhecimento de Bell do Oriente Médio foi
usado para ajudar os movimentos do exército britânico durante guerras.
Quando ela foi para Basra, fez contatos com muitos locais importantes.
Também conheceu os futuros reis Abdullah e Faisal.
Também conheceu os futuros reis Abdullah e Faisal.
Na
conferência pós-guerra sobre o mandato britânico no Oriente Médio, Bell
empenhou-se em conquistar um governo autossuficiente e ajudou a
aconselhar o rei Faisal.
Ela foi enterrada em Bagdá, a capital de um país que ajudou a criar.
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