A Reforma Protestante
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Durante os mil anos da Idade
Média (do século V ao XV), a Igreja Católica, foi a instituição mais poderosa
do mundo. A Igreja possuía uma estrutura hierárquica rígida e uma organização
centralizada. Era a maior proprietária de terras na Europa e possuía muitas
riquezas. Além disso, a Igreja monopolizava a educação e a cultura. Porém,
apesar de exercer uma importante ação social, que incluía o cuidado com os
pobres, órfãos e doentes, a instituição estava decadente: os membros do clero
tinham amantes e filhos, vendiam relíquias falsificadas e trocavam o perdão
dos pecados por pagamento em dinheiro. No decorrer do século XV, alguns
humanistas apontavam deturpações cometidas pela Igreja e criticavam a
corrupção reinante em sua alta hierarquia.
A reforma protestante
ocorreu a partir do século XVI e gerou uma ruptura na Igreja
católica romana, dando origem às igrejas protestantes.
Causas da Reforma:
Desenvolvimento do
comércio e da burguesia: a Igreja condenava a acumulação de
riquezas e a livre empresa. Os burgueses desejavam uma Igreja que
aprovasse a obtenção de lucros.
Formação dos
Estados Nacionais: muitos reis apoiavam a Reforma para livrar-se
da intromissão do papa nos negócios de seus reinos.
Renascimento:
a
releitura dos textos do Antigo e do Novo Testamento propiciou uma
comparação entre os ensinamentos de Cristo e as doutrinas da Igreja
Católica. A idéia de Santo Agostinho de salvação pela fé passou a
ser defendida pelos humanistas.
Crise na igreja
católica: apegada aos bens materiais, a Igreja recorria a
práticas abusivas, como a simonia (comércio de objetos religiosos),
a venda de cargos eclesiásticos e a venda de indulgências (perdão
dos pecados sob pagamento em espécie).
A Reforma de Martinho
Lutero
Cada país reagiu de
uma maneira à Reforma: conforme sua situação social, cultural e
política.
Em 1520,
Lutero já
possuía muitos seguidores e o Papa Leão X o excomungou.
Lutero
queimou publicamente a bula de excomunhão. O imperador do
Santo
Império Romano-Germano (Alemanha), Carlos V, convocou Lutero
para
uma assembléia com os príncipes alemães, a fim de que se
retratasse.
Lutero recusou-se a comparecer, e o imperador condenou
Lutero, que
para fugir da prisão refugiou-se no castelo do príncipe
Frederico de Saxe. Lá traduziu a Bíblia do latim para o alemão.
Entusiasmado com as
idéias luteranas, os camponeses iniciaram uma luta para libertar-se
da servidão a que eram submetidos tanto nas terras da igreja
católica quanto nas dos príncipes e senhores.
Os poderosos senhores,
leigos e eclesiásticos uniram-se para combater as rebeliões.
Depois de muitos
confrontos sangrentos, os exércitos dos senhores saíram vitoriosos e
deixaram como saldo 100 mil camponeses mortos.
Nesse clima de
agitação, Lutero criou sua Igreja e colocou-se sob a direção dos
príncipes, que aderiram à Reforma.
Carlos V ligou-se às
forças católicas e houve um longo conflito armado entre luteranos e
católicos. Esse conflito prolongou-se até 1555, quando o imperador
aceitou a existência das Igrejas luteranas, assinando com os
protestantes a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o
direito de escolher a religião do seu principado. Reconhecia
oficialmente a religião católica e luterana e determinava que as
terras tomadas da igreja católica continuariam em poder dos
príncipes.
A Reforma de Calvino
O teólogo francês João
Calvino (1509-1564), pregou a teoria da predestinação, segundo a
qual a salvação resulta da vontade de Deus, que escolhe os que devem
ser salvos. O Calvinismo afirmava que o eleito de Deus poderia ser
identificado pelo sucesso material que alcançasse em vida, resultado
de muito trabalho e vida regrada.
Os ideais de Calvino
ajustaram-se ao pensamento burguês, inclusive defendendo o
empréstimo a juros condenado por católicos e luteranos.
Na França, os
calvinistas ficaram conhecidos por huguenotes, na Inglaterra como
puritanos e na Escócia como presbiterianos.
A Reforma Anglicana
Como o papa
não
autorizou seu divórcio de Catarina de Aragão, o rei Henrique
VIII
(1509-1547), da dinastia Tudor, determinou a extinção dos
mosteiros
e o confisco de seus bens. O parlamento inglês votou o Ato
de
Supremacia, que determinava os reis ingleses como chefes da
Igreja. Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana, que adotou
princípios do
calvinismo com elementos do catolicismo.
O anglicanismo
definiu-se na Inglaterra sob o governo de Elizabeth I.
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011
A Reforma Protestante
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